sexta-feira, 17 de março de 2006

Conta-se que…

Jean-Paul Sartre…era uma vez em Coimbra, numa oral de uma disciplina ligada às ciências da natureza, ocorreu este diálogo entre o professor – o examinador – fisicamente vesgo e o aluno – o examinado:
– Então diga-me lá – perguntava o Professor – que tipo de pássaros conhece?
O aluno, digno representante daquela bela estirpe que não é de ficar calado perante a reconhecida ignorância, iniciou a resposta nomeando uma lista infindável de espécies avícolas e terminou dizendo:
– …pássaros, passarinhos e passarões; pássaros de capoeira e pássaros de gaiola.
O resoluto e vesgo professor retorquiu escarnecendo:
– E que tal um chumbinho para matar essa passarada toda?
Resposta pronta e eficaz do aluno:
– E um olhinho vesgo para falhar a pontaria?

Foi este aprazível episódio, pleno de espírito académico, que rememorei quando relia “Explication de l’Étranger” de Sartre sobre “O Estrangeiro” de Camus.
Lembrei-me, ainda, do prodigioso Vian e de “A Espuma dos Dias” falando de Partre, Jean-Sol:
«Partre levantara-se e apresentava ao público amostras de vómito embalsamado.» [bold meu] (Relógio D’Água, 2001, com tradução de Aníbal Fernandes, p. 95).

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