terça-feira, 18 de abril de 2006

Livro na forja

Depois de me rir a bom rir com este amor imperfeito n.º 71 do Pedro Vieira, senti-me na obrigação de anunciar à blogosfera o nome do meu futuro 1.º romance:
«Rimbaud nos Socalcos do Tanha».
A acção decorrerá em Vilarinho dos Freires, concelho da Régua – ou Peso da – tendo como protagonista o errante Sandro dos Santos que, após uma fuga das torturantes e decadentes ruas do Porto, deambula sem destino, acabando por se refugiar na deslumbrante região demarcada do Douro.
Sandro, rapaz musculado e campeão de bairro de Muay Thai – Boxe Tailandês –, fã da trilogia – futuramente tetralogia – Rambo, adopta o nome de Rambo dos Santos como método de disfarce.
Enquanto Sandro se isola no vale do Tanha, conhece David Walden, um velho americano erudito, asceta e um pouco truculento que, por equívoco lhe associa o nome de Rimbaud dos Santos, devido à sua parca cultura cinematográfica no que diz respeito às obras-primas dos filmes de rambóia com um imenso cheiro a pólvora.
David acabado de o perscrutar, julgando-se entendedor do nome e do desassossego que ensombram o rapaz, declama:
«
Tandis que les crachats rouges de la mitraille / Sifflent tout le jour par l'infini du ciel bleu; / Qu'écarlates ouverts, près du Roi qui les raille, / Croulent les bataillons en masse dans le feu;
Tandis qu'une folie
…»

No entanto, David é bruscamente interrompido na sua recitação de Le Mal, por um Rimbaud – Rambo, ou melhor Sandro – abespinhado pela afronta declamatória:
«Oh, foda-se lá para o caralho do velho!!! Vê se te calas! Não percebi um corno do que dizes…»

E, assim, continua este promissor relacionamento que dá vida ao romance!

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