quinta-feira, 27 de julho de 2006

O pasquim digital

A Câmara Municipal do Porto, há uns anos governada pelo inefável Rio, resolveu reabilitar – não, não se trata das famosas SRU – esse símbolo memorável da comunicação, típica de uma paróquia ou de uma aldeola da Idade Média, o Pasquim.
Este, porém, já não aparece manuscrito ou impresso em papel, zelosamente esquecido num tronco de árvore ou nas caixas de correio, é publicado na página oficial da Câmara, à laia de Trombeta Asabranquense, em formato digital.
Os textos informativos falam por si e são a própria imagem do Presidente e da sua governação.
Assim, imbuído de um nobre sentimento de partilha, deixo aqui ficar alguns exemplos para que toda esta imensa comunidade – a blogosfera – possa apreciar esses momentos jornalísticos de brilhantismo e de excelência… de tom eminentemente panfletário:
Notícias de (1)
27 de Julho, (2) 24 de Julho e de (3) 5 de Julho de 2006.

O meu parágrafo preferido:

«Em tom um pouquinho cáustico, o cronista [Vasco Pulido Valente] acha que o Presidente da CMP acha que “há uma horrível conspiração contra ele em Portugal”, critica muita coisa, designadamente as referências do site às notícias que sobre a CMP saem nos jornais, e classifica os textos aqui publicados de “prosa servil do salazarismo, a pender para o ordinário”.»

Nota: Augusto M. Seabra foi condenado em primeira instância a pagar 4 mil euros por haver categorizado o inefável Rio de “energúmeno”. Vasco Pulido Valente para lá caminha; com o que já disse é coisa a atirar para os 2.225,41 euros. Francisco Assis apelidou-o de “um homem (…) com uma visão distorcida, mesquinha, primária, sectária e até rancorosa”. E eu pergunto: a que preços andaria a multa se lhe houvessem chamado de papalvo, irascível, provinciano ou bronco?

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