sábado, 14 de janeiro de 2012

Uma xaropada no ouvido

É daquelas coisas incorpóreas, porém gelatinosas, peganhentas que se agarram e colam ao nosso ouvido. Difícil de expurgar como uma nódoa oleosa. Mesmo assim, não tão má como qualquer coisa saída da voz náuseo-lacrimosa de um James Blunt ou de um Marante.



Daqui a menos de uma semana já não a suporto. De hoje a um mês odeio-me por ter dito que se havia postado como um parasita paradoxalmente simbiótico dentro deste emaranhado de sinapses – como a origem plantada, uma ideia para o emaranhado Nolan, resiliente, um vírus – e irá dar-me uma vontade irreprimível para apagar este texto e o vídeo de um trio de parolos “gelizados” escoceses a cantar para os corações frágeis, e que quando colidimos amamo-nos ainda mais, e depois dizes “eu amo-te” e eu sei que mentes. O Horror, ou melhor, Na Sua Maioria Horror.
Ostentação irreprimível de um mau gosto, provocado por um trailer – pista nas palavras-chave.
Peço-te perdão, André. Mas foste tu que escreveste isto na infeliz data acima fixada.

Pois, convençam-me, isto nunca vos aconteceu… Fugir o dito para o chinelo.